segunda-feira, 1 de abril de 2013

Um Adeus a Minha Amada Tia Romé

Última dedicatória dela para mim
Ontem as 20:00h recebi uma notícia que me fez parar e lembrar de tantos momentos de aprendizagem que tive ao lado de Romelita Tavares(minha querida Romé);não contive a dor e as lágrimas ao ter a certeza que as minhas idas a terra natal, não terei mais o sorriso e a alegria que movia nossas conversas e carinhos atribuídos. Hoje foi um dia de prece, não fui ao desgaste fluídico que são as maiorias dos velórios(concepção particular minha) porque preferir as boas lembranças entre os nossos “segredos” e “desejos”. Tia Romé era muito divertida, tenho a impressão que minhas “palhaçadas” têm muito dela, pois me ensinou a sorrir todas as vezes que me sentia ferida por algo. Cuidou de mim até os 9 anos, mas não me abandonou, visitava sempre e me levava para brincar no balanço que fez para mim no quintal enorme de sua casa, além de me ensinar a tirar, corretamente, goiaba da goiabeira. Adorava!!

Ela agora está em outro plano e, como pedi com toda força de minha alma:Meu Pai Celestial permita aos Espíritos consoladores e benevolentes que acolham minha amada Tia-mãe Romé. Já que este é o momento da partida definitiva em nossas vidas reencarnatórias  eu te faço o último pedido- permita a esse espírito o sossego e paz que almejou durante seu percurso terreno, pois nunca poderei pagar o que fez por mim, tentei , corri, lutei e conseguir chegar onde cheguei, academicamente e psicologicamente, porque foi ela quem me ensinou a pegar no lápis, me alfabetizou e mais me incentivou o amor por uma boa leitura.

Foi ela a responsável por minha inserção numa escola pública, que me preparou durante meus 5 anos para vivenciar a realidade escolar. Cheguei a escola pronta para viver os desafios, lia e escrevia com prazer, porque a tive como exemplo em meus dias. Romé me chamava carinhosamente de minha “linda caboclinha”, lia muitas histórias e me fazia reconta-las interpretando-as como se estivesse no palco teatral. Não à toa me apaixonei e estudei teatro no projeto na escola pública que estudei durante 4 anos, atuei em diversas peças, entre comédia e drama; foi ela a incentivadora por essa minha paixão.

Ela sempre me disse que eu chegaria onde desejasse, acreditou em mim e apostou todas as pedrinhas (nossa brincadeira de apostas na infância até os 12 anos) que eu realizaria seu sonho- “concluir o mestrado”; pois é, pelo menos sinto o alívio no espírito por proporcioná-la essa alegria. Sei a alegria que ela sentiu quando defendi e como desejou me abraçar e beijar. Não foi possível o encontro embora estivesse marcado; isso ontem com a notícia doeu, mas como não podemos mudar os planos de Deus me resta a certeza do acolhimento e do amor que recebeu em sua chegada do outro lado.