Última dedicatória dela para mim |
Ontem as 20:00h recebi uma
notícia que me fez parar e lembrar de tantos momentos de aprendizagem que tive
ao lado de Romelita Tavares(minha querida Romé);não contive a dor e as lágrimas
ao ter a certeza que as minhas idas a terra natal, não terei mais o sorriso e a
alegria que movia nossas conversas e carinhos atribuídos. Hoje foi um dia de
prece, não fui ao desgaste fluídico que são as maiorias dos velórios(concepção
particular minha) porque preferir as boas lembranças entre os nossos “segredos”
e “desejos”. Tia Romé era muito divertida, tenho a impressão que minhas “palhaçadas”
têm muito dela, pois me ensinou a sorrir todas as vezes que me sentia ferida
por algo. Cuidou de mim até os 9 anos, mas não me abandonou, visitava sempre e
me levava para brincar no balanço que fez para mim no quintal enorme de sua
casa, além de me ensinar a tirar, corretamente, goiaba da goiabeira. Adorava!!
Ela agora está em outro
plano e, como pedi com toda força de minha alma:Meu Pai Celestial permita
aos Espíritos consoladores e benevolentes que acolham minha amada Tia-mãe Romé.
Já que este é o momento da partida definitiva em nossas vidas reencarnatórias eu te faço o último pedido- permita a esse
espírito o sossego e paz que almejou durante seu percurso terreno, pois nunca poderei
pagar o que fez por mim, tentei , corri, lutei e conseguir chegar onde cheguei,
academicamente e psicologicamente, porque foi ela quem me ensinou a pegar no
lápis, me alfabetizou e mais me incentivou o amor por uma boa leitura.
Foi ela a responsável por
minha inserção numa escola pública, que me preparou durante meus 5 anos para
vivenciar a realidade escolar. Cheguei a escola pronta para viver os desafios,
lia e escrevia com prazer, porque a tive como exemplo em meus dias. Romé me chamava
carinhosamente de minha “linda caboclinha”, lia muitas histórias e me fazia reconta-las
interpretando-as como se estivesse no palco teatral. Não à toa me apaixonei e
estudei teatro no projeto na escola pública que estudei durante 4 anos, atuei
em diversas peças, entre comédia e drama; foi ela a incentivadora por essa minha
paixão.
Ela sempre me disse que eu
chegaria onde desejasse, acreditou em mim e apostou todas as pedrinhas (nossa
brincadeira de apostas na infância até os 12 anos) que eu realizaria seu sonho-
“concluir o mestrado”; pois é, pelo menos sinto o alívio no espírito por
proporcioná-la essa alegria. Sei a alegria que ela sentiu quando defendi e como
desejou me abraçar e beijar. Não foi possível o encontro embora estivesse
marcado; isso ontem com a notícia doeu, mas como não podemos mudar os planos de
Deus me resta a certeza do acolhimento e do amor que recebeu em sua chegada do
outro lado.
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