Quem
não desapegou do egoísmo confessou que o amor nunca recomeçou, assinando assim,
a sentença de que não aprendeu a cuidar da oportunidade adquirida e caiu na
arrogante armadilha de um conto de fada que desencantou; pois perdeu na essência um amor que de tanto
se doar, tornou-se único e puro, mas que infelizmente não foi reconhecido em sua
magnitude e sublimidade.
Amar
alguém é dedicar-se a um total de sentimentos tão profundo que não existe bem
material que os desligue dessa conexão. O amor precisa vivenciar a primazia e
delicadeza do diálogo, pois não existe nada pior numa relação do que o silêncio.
Para
a mulher o silêncio do parceiro acoberta restrições e as interrogações são as
mais terríveis porque nunca são respondidas tão pouco discutidas. Aliás, quem
não sabe usar da delicadeza do diálogo, ou seja, de um bom papo acaba no final
da fila porque novos encantos podem preencher essa lacuna.
O
diálogo é a cumplicidade inquietante da alma, onde nossas inquietações mais
secretas são desnudas sem restrições; sem ele os dias são saturados e cansados
e as noites frias e tensas.
Não
existe atitude mais egoísta em um relacionamento do que a ausência do diálogo que provoca a autossuficiência
e promove desdobramentos de sentimentos que não serão retirados, pois sempre regressam
do fundo poço e insistem em não chegar a superfície.
O
problema não está no perdão das palavras jogadas ao vento, mas na estupidez de
não reconhecer como recomeçar um amor que acredita que o tem.
Um comentário:
Cuidas do outro para não perder para o mundo... O mundo, aliás, é grande. Vai como um clichê, mas é a mais pura verdade. Muito boa a sua reflexão, Josi.
Beijos
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