Ontem[13/02/17] fui convidada por uma Instituição X para realizar uma
palestra com o tema: “Diversidade das Raças Humanas”.
A Instituição realiza
sempre seminários com profissionais de áreas diversas, mas não possui cunho ou defesas religiosas. Simplesmente são adeptos do amor ao próximo e tem como trabalho desenvolvido a realização de palestras ecumênicas para a comunidade. É uma Instituição aberta e muito ética a qualquer forma de crença, por isso
mesmo não há intervenções das direções nos temas solicitados que são escolhidos
pela comunidade (povo) com base no que eles veem ou vivenciam em redes digitais, informacionais e sociais.
Pois bem, considerando os relatos das polêmicas de redes e desconexões
desumanas de criaturas diversas, mas em específico, quanto às apologias ao ódio,
inclusive, em alto nível de pessoas ditas religiosas [até de carteirinha], o meu desafio foi responder as questões discutidas em um público enorme e diverso de duas comunidades.
Seguindo a solicitação das comunidades utilizei a referência: “livro dos espíritos” cujo objetivo foi intercalar as discussões solicitadas com um outro palestrante que utilizou como referência: a "Bíblia Sagrada".
Realizamos a palestra em trinta minutos e tivemos mais trinta para
responder as perguntas realizadas pelas comunidades e profissionais convidados à bancada. Dentre as perguntas realizadas para discussões duas delas quase me fez pensar em desistir da humanidade....
Pergunta de um participante que definirei de “Sujeito Y”: -“Professora, o que a senhora acha dos gays e
lésbicas? Sem preconceito, mas ninguém aguenta mais. Essas criaturas estão demais.”
Resp: Os homossexuais, mulher ou homem no
sexo concebido (nascido),conforme aprendemos socialmente continuam sendo criaturas humanas e filhos de Deus. Não há diferença ao meu ver. Comprovadamente são concebidos como “uma obra perfeita do criador”, já afirma o livro dos
espíritos. A outra questão é: O que eu acho deles? São carinhos@s, perfumad@s, inteligentes e
ótim@s amig@s. Não posso afirmar que estão demais, mas, sem dúvida, eles são
lindos e eu os adoro!
2- “A senhora está defendendo a opção deles?”
Resp: A orientação deles deve ser
respeitada. Qual é a dificuldade em não respeitá-los?
Resposta
do“Sujeito Y”: A senhora é casada e mãe, não é? Imagine um homem deitado na cama com outro homem e uma
mulher na cama com outra mulher? Não sou preconceituoso, mas não aceito que um homem use o ânus para tal
coisa e as mulheres que usam aquelas coisa lá, pelo amor de Deus! Não, não
aceito isso. Isso é doença e aberração.
[Silêncio
e espanto de alguns e aplausos de alguns adeptos de pensamento]
Respirando fundo respondi: Senhor
Y, sou casada e mãe, mas isso não muda em nada minhas concepções sobre as diversidades humanas, pelo contrário, ser mãe e esposa me ajuda a enxergar além dos meus olhos físicos. Que por sinal são imperfeitos. Mas, vamos lá, as referências apontadas em nossa discussão não afirmam nenhum tipo de doença, patologias enfermas que reporte a aberração quanto a gêneros. Mas, gostaria que o senhor
respondesse uma pergunta, se for possível, claro:
-Se à sua indignação está pelo fator “do que acontece na cama”, gostaria de saber se a forma de amor entre quatro ou mais paredes é de costume seu publicar. Se sim, o senhor publicaria se pratica sexo anal, oral, sanduíche, tribal, etc, ou se usa brinquedos (fetiches) com a sua digníssima esposa?
-Se à sua indignação está pelo fator “do que acontece na cama”, gostaria de saber se a forma de amor entre quatro ou mais paredes é de costume seu publicar. Se sim, o senhor publicaria se pratica sexo anal, oral, sanduíche, tribal, etc, ou se usa brinquedos (fetiches) com a sua digníssima esposa?
Sr. Y: "Essas coisas a gente que é homem, de verdade, não fala pra ninguém de jeito nenhum".
Continuei.... Correto Sr.Y.
Então analisemos a situação.... Se o Sr. pratica, mas não publica, provavelmente
é porque ambos se satisfazem e é problema de foro íntimo de vossos senhores, ou o senhor afirma que a escolha da prática é uma doença e aberração que precisa ser abolida? Será, senhor Y, que realmente interessa a sociedade o que
acontece entre os gêneros em suas formas de amar se fazemos parte dessas “diversidades
das raças humanas”? Ou será que o nosso preconceito e rótulo, ao que
desconhecemos do próximo, é o que de pior temos dentro de nós?
[Não entendi, mas houve
um momento de silêncio e nenhuma resposta foi dada ao "problema"...] Assim como tiveram rostinhos que sorriam e um público(mesa e demais)que aplaudiam de pé...
Palestra cooperativamente finalizada...
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